Ciclos da Criatividade - Design por Neri Oxman

Design: muito além da criação

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Design não é criação, ou melhor, não é apenas criação.

Muito se fala em design, mas o que pouco se comenta é o quanto essa área abrange tantas outras, dá uma “abraço grande e apertado” a muitas profissões e segmentos, para que seja possível expressar uma ideia com coerência.

Assisti a uma aula do Renato Winnig, um dos grandes diretores da Natura, em que ele apresentou uma referência à Neri Oxman, mulher incrível, que trabalha com bioarquitetura (#dica: veja o episódio 2 da temporada 2 do documentário Abstract da Netflix). 

Ela criou um conceito para a sua área que pode ser usado muito do design, ela denomina como “Krebs Cycle of Creativity“, um ciclo como forma de alimentar a criatividade. Uma forma holística de ver como as coisas podem se movimentar e gerir, entre si, a criatividade.

Uma combinação de diversas áreas, uma multiplicidade de conhecimentos que, unidos, criam um círculo virtuoso de conhecimento.

Neri Oxman apresenta o ciclo da seguinte forma:

Ciência – Engenharia – Design – Arte

  • O papel da Ciência é explicar e prever o mundo que nos rodeia; ele ‘converte’ informação em conhecimento.
  • O papel da Engenharia é aplicar o conhecimento científico ao desenvolvimento de soluções para empíricos; ele ‘converte’ conhecimento em utilidade.
  • O papel do Design é produzir personificações de soluções que maximizem a função e aumentem a experiência humana; ele ‘converte’ utilidade em comportamento.
  • O papel da Arte é questionar o comportamento humano e criar consciência do mundo que nos rodeia; ele ‘converte’ o comportamento em novas percepções de informação, reapresentando os dados que iniciaram o KCC na ciência.

(tradução livre)

Ela nos apresenta uma nova forma de enxergar, um novo ponto de vista sobre como trabalhar a nossa criatividade, onde entendemos cultura, natureza, produção e percepção de mundo como um todo.

Em um artigo escrito no site SPECTRUM, do MIT, Oxman nomeia seu próprio objetivo como: “estabelecer uma cartografia provisória, porém holística, da inter-relação entre esses domínios, onde um domínio pode incitar (r)evolução dentro de outro; e onde um único indivíduo ou projeto pode residir em vários domínios.

Oxman sugere várias maneiras de ver o gráfico: como um relógio, um microscópio, uma bússola, um giroscópio. Independentemente de como o espaço é navegado, ela imagina uma saída de energia criativa – não muito diferente da saída de energia química em células vivas – resultante do movimento fluido de um reino para outro.”

Em sua aula, Renato trouxe pontos muito interessantes para nos ajudar a traduzir ainda mais o design. Segundo ele, Design é:

  • empatia (pessoas)
  • prototipagem (experimentação)
  • estratégia (processo)

E, quando entendemos essas 3 áreas juntas, nós obtemos uma combinação de condições e princípios que orientam o design como valor para as empresas

Conhecer as necessidades das pessoas é o primeiro passo (empatia). Quando você olha para seu público consumidor e entende o que ele quer de fato, você começa a desenhar com clareza a sua oferta. 

Seja um produto ou serviço, agregar cuidado e experiência só tende a trazer maior conexão com quem sua marca quer se comunicar. Olhar isso constantemente é importante também, pois o mundo muda o tempo todo e estar atento a essas mudanças é estar atento às pessoas que rodeiam seu negócio.

Colocar em prática e testar é essencial (prototipagem). Através dos testes, com estratégia, você pode validar junto ao seu público consumidor (pessoas), de fato, se aquilo que você quer colocar para o mercado faz sentido para as necessidades delas. 

Neste ponto é importante observar o que vai muito além do que você gosta ou não, do que faz sentido para você ou não. É necessário olhar para o outro e testar para validar com o outro. Só assim teremos certeza de que o que estamos fazendo é para o mundo.

Conectando tudo isso com a nossa metodologia aqui na Simples, olhar para as pessoas e suas necessidades está dentro do nosso primeiro passo:

Observar (1). Entendemos sua ideia e, juntos, iniciamos uma caminhada para o desenvolvimento do seu projeto.
Depois, partirmos para a Pesquisa (2)  onde conseguiremos estabelecer uma base sólida do mercado e identificação de oportunidades.
A seguir, chega o momento de expandir as ideias, para Idealizar (3), colocar em prática e expressar gerando conexão entre todos os ativos de marca.
Ao final, poderemos Construir (4) agregando valor, de fato, às marcas das empresas.
Com essa base estruturada, passamos para a Implementação (5), quando colocamos em prática as ações, conectando as ideias para a melhor gestão do projeto, sem deixar de Acompanhar (6) aquilo que está sendo executado, com análise dos resultados para conduzirmos o melhor caminho para cada marca e projeto.

Para completar o quadro apresentado por Renato, ele trouxe uma palavrinha mágica: REPERTÓRIO. É através da formação de repertório, que você vai conseguir agregar (e muito) o seu mundo criativo.

Por fim, se adaptar é um constante desafio, mas colocar um novo olhar a um problema é um processo incrível. Os ciclos de criatividade nos mostram como também podemos unir estas áreas… E aqui na Simples levamos como algo natural, está na nossa essência olhar para um problema pensando em como ele pode ser solucionado gerando valor para outras pessoas.

A aula do Renato Winning foi promovida pela ESPM, disponível aqui para quem quiser conhecer mais desse profissional e seu conteúdo.

 

Espero que tenham gostado do conteúdo!

Abraços,
Nathi Braga

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